Já se passaram 58 anos da madrugada do dia 1º de abril de 1964. Apesar dos anos que nos separam, a Ditadura Militar no Brasil manchará para sempre a nossa história. Os 21 longos anos de interrupção democrática, banimento político, prisões e mortes nos lembram constantemente dos riscos do autoritarismo e alertam para os sinais
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Já se passaram 58 anos da madrugada do dia 1º de abril de 1964. Apesar dos anos que nos separam, a Ditadura Militar no Brasil manchará para sempre a nossa história. Os 21 longos anos de interrupção democrática, banimento político, prisões e mortes nos lembram constantemente dos riscos do autoritarismo e alertam para os sinais de retrocesso. Inúmeros colegas arquitetos(as) e urbanistas, professores e estudantes foram afastados e perseguidos pelo envolvimento com os movimentos contra a ditadura. Muitos até precisaram esconder seus próprios nomes e viver na clandestinidade.
Nos últimos anos, o país tem convivido com manifestações em apologia à ditadura. As tentativas de uso da Lei de Segurança Nacional, o controle dos reitores dentro das universidades públicas, o ataque a jornalistas, artistas e manifestações culturais e as recentes declarações inverídicas do Ministério da Defesa sobre a ação do Exército Brasileiro. Sem a defesa da democracia ampla e irrestrita podemos viver mais 21 anos sombrios.
O ano de 2022, entretanto, pode ser o nossa esperança de reafirmação da democracia. Em breve, voltaremos às urnas e poderemos encontrar um novo destino para o país. Os sindicatos, associações, federações, os movimentos sociais e políticos são os espaços abertos para que, juntos, possamos impedir que essa antiga história se repita. Mesmo com o desmonte das políticas públicas e dos direitos trabalhistas, a nossa luta pelo direito do povo segue firme. Convocamos todos à mobilização e participação no processo político, para que a nossa democracia siga intacta. Para que tenhamos liberdade de pensar, agir, reivindicar e, antes de tudo, preservar nosso direito à memória. O Brasil precisa lembrar, para nunca mais esquecer.
Nossa homenagem a todos e todas que lutaram e seguem lutando pelo fim da ditadura e nosso convite para que a democracia siga sendo o nosso pilar de união.
31 de março de 2022.
FNA – Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas
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